TSE multa empresa Futura Consultoria em R$ 80 mil; companhia se posiciona ao UOL
A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), multou a empresa Futura Consultoria em R$ 80 mil por divulgar pesquisa eleitoral com “múltiplas irregularidades” em agosto. A consultoria é responsável pela pesquisa Modalmais/Futura, contratada pelo Banco Modal.
Vale lembrar que fora isso, o TSE também assinou uma portaria para que tenha fiscalização das Eleições 2022, chamando oito entidades para tal compromisso de transparência.
TSE multa empresa de pesquisa eleitoral
o TSE multa empresa de pesquisa eleitoral, apesar da Futura Consultoria dizer em nota ao portal UOL, que “ao cadastrar o arquivo para registro da pesquisa junto ao TSE, a Futura anexou o arquivo errado”.
“Trata-se de um erro humano, operacional e medidas para reforço dos controles internos foram realizados, com os devidos procedimentos para que isso não ocorra novamente, em compromisso com nossa atuação e papel social.”
Por outro lado, de acordo com pedido da Coligação Brasil da Esperança (composta pelos partidos PT, PCdoB e Partido Verde; que tem como candidato ao Palácio do Planalto Luiz Inácio Lula da Silva), a pesquisa apontou, “com grande disparidade dos demais levantamentos realizados no mesmo estado por outros institutos de pesquisa, que o cenário político-eleitoral no Estado de Minas Gerais apontaria Jair Bolsonaro à frente de Lula na corrida presidencial”. No fim do primeiro turno, Lula teve 48,3% ante 43,6% do candidato à reeleição no estado.
Erro na pesquisa da Modalmais/Futura
Para o TSE, esclarece a decisão, a pesquisa coletou dados sobre a disputa à presidência. Entretanto, no registro estava que a coleta de informações seria apenas para os cargos de governador e senador de Minas Gerais. Segundo dados no TSE, o levantamento eleitoral teve 1.200 entrevistados e foi feita entre os dias 12 a 16 de agosto.
A margem de erro do levantamento era de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi divulgado pelos sites O Antagonista e Metrópoles. Mas foram encontrados também outros problemas, conforme decisão da ministra:
O questionário apresentado aos eleitores não é o mesmo enviado no registro da pesquisa;
O cabeçalho do formulário informa que a pesquisa é sobre “assuntos políticos de São Paulo”, apesar de os questionamentos se referirem ao Rio de Janeiro e o levantamento ter sido registrado para a coleta de dados em Minas Gerais.
Mais irregularidades
Todavia, nas palavras da ministra há mais irregularidades:
“O cenário, portanto, é de variadas irregularidades na pesquisa, a revelar descompromisso não apenas com a legislação eleitoral, mas, também, com a própria integridade dos resultados ao final obtidos, em comportamento que, ao fim e ao cabo, culmina por comprometer a confiança na integralidade dos institutos de pesquisa.”
Presidente do Cade
Por fim, a decisão acontece ao mesmo tempo em que o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Cordeiro Macedo, indicado por Jair Bolsonaro no ano passado, pediu a abertura de um inquérito administrativo para apurar se os institutos de pesquisa manipularam os resultados das sondagens sobre intenção de voto no primeiro turno da eleição presidencial. Cordeiro ressaltou que há um “comportamento coordenado” das empresas Datafolha, Ipec e Ipespe.
*Foto: Repertório