Novidades do Inhotim em 2024 incluem as exposições de Grada Kilomba, Paulo Nazareth e Pipilotti Rist
O primeiro semestre do ano contempla uma programação artística repleta de novidades no maior museu a céu aberto da América Latina. A partir de abril de 2024, o museu abre suas portas para os artistas Grada Kilomba, Paulo Nazareth, Rivane Neuenschwander, Pipilotti Rist e Rebeca Carapiá, que ocuparão as galerias da instituição.
Novidades do Inhotim em 2024
Entre as novidades do Inhotim em 2024, as obras desses artistas remetem a temáticas como: feminismo, decolonialidade, territorialidade, e outras questões que permeiam a vida humana, como interações sócio econômicas e o medo.
ARTEQUEACONTECE
Por meio de esculturas, performances e instalações, o ARTEQUEACONTECE te guia através de uma enciclopédia express dos criativos que se hospedarão em Inhotim neste ano.
Vale lembrar que no mês de setembro, a CEO Taiza Krueder, do grupo Clara Resorts, deve entregar a primeira parte do complexo hoteleiro que se instalará dentro do museu de Inhotim. E isso facilitará e muito a vida de turistas que não precisarão, necessariamente, se hospedar a quilômetros de distância do museu.
Ghada Kilomba
Exposições no Inhotim em 2024 como já mencionado acima, trará algumas mostras emblemáticas neste ano. E a artista Ghada Kilomba, artista e filósofa portuguesa, que integrou a equipe de curadores da Bienal de Artes de 2023, realiza uma passagem pelo museu mineiro, e, para celebrar sua estreia, ela traz a obra “O Barco”, exibida pela primeira vez no Brasil dentro da galeria Galpão. A criação escolhida pela artista apresenta ao público uma escultura feita a partir de centenas de blocos de madeira carbonizada, ordenados para formar a silhueta de um grande navio. Algumas das peças de marcenaria possuem versos de um poema escrito por Kilomba, gravados e destacados em dourado, traduzidos para seis idiomas: yoruba, kimbundu, crioulo, português, inglês e árabe.
Além disso, o Barco de Kilomba ainda é acompanhado por uma performance dirigida pela artista e composta por cantores, bailarinos e musicistas, nascidos em diferentes países, que no passado foram colonizados por Portugal.
Grada Kilomba estreia em Inhotim a partir do dia 13 de abril de 2024.
Paulo Nazareth
Também a partir do dia 13 de abril, Paulo Nazareth (conhecido por suas performances que colocam o seu corpo no mundo) abre sua mostra na Galeria Praça. Natural de Minas Gerais, o artista também ocupará outros ambientes de Inhotim com obras comissionadas pela instituição.
Nazareth trará ao museu um bananal plantado na área verde da instituição. E ainda mostrará trabalhos que discutem território e deslocamentos.
Pipilotti Rist
Já no dia 19 de outubro, Inhotim recebe a artista suíça Pipilotti Rist na Galeria Fonte, que trará para o Brasil a instalação imersiva “Homo Sapiens Sapiens”. A obra consiste em um filme gravado nos jardins de Inhotim em 2004, já exibido na Bienal de Veneza de 2005, quando ocupou a Igreja de San Stae.
O trabalho representa “corpos femininos que se fundem à natureza, a partir de visadas que se aproximam em grandes zooms e se desdobram em imagens caleidoscópicas”. A artista ainda reproduz em suas filmagens referências que vão desde o Jardim do Éden à iconografia barroca. Além disso, Pipilotti exibirá esta obra pela primeira vez no Brasil.
Pipilotti Rist nasceu em 1962, em Grabs, Suíça. A artista é reconhecida internacionalmente por suas videoinstalações imersivas e experimentais. Ganhou destaque na cena das Artes Visuais nos anos 80, período em que começou sua transição gradativa de telas de vídeo para obras instalativas, que convidam o público a participar da performance artística.
Rivane Neuenschwander
No mesmo dia em que Pipilotti Rist apresenta pela primeira vez Homo Sapiens Sapiens no museu, Rivane Neuenschwander apresenta trabalhos distintos que expõem diversos momentos de sua carreira ao público. Ocupando a Galeria Mata, a artista nascida em Belo Horizonte traz instalações, obras audiovisuais, pinturas e esculturas que contam histórias sobre infância, natureza, ecologia e discutem os temas memória e ditadura.
Desde 2009, a artista mineira vem exibindo sua arte no Inhotim, começando pela obra Continente/Nuvem (2008), instalada em uma antiga construção residencial.
Rivane também já participou das Bienais de São Paulo dos anos de 1998, 2006, 2008 e 2013, além de participações nas Bienais do Mercosul de 2005 e 2007.
Rebeca Carapiá
Também no mês de outubro, Rebeca Carapiá apresenta sua exposição solo em uma área de jardim. O trabalho fora comissionado especificamente para Inhotim, e traz “um conjunto de esculturas e instalações que, como linhas de desenho, avançam pela tridimensionalidade para inventar novos modos de se inscrever em seu tempo”. A proposta feita pela artista para este ano é a de criar um projeto artístico em parceria com os ateliês de montagem de Inhotim, de modo que seu trabalho ganhe novas escalas e métodos construtivos.
Rebeca Carapiá nasceu na Bahia, tendo parte do exercício contínuo da escrita – entendendo a prática também como desenho – para elaborar esculturas de aço e refletir sobre a experiência de uma “mulher sapatão tentando ser artista na periferia”. Em 2023, Carapiá integrou diversas exposições institucionais de grande destaque, incluindo “Fazer o moderno, construir o contemporâneo: RUBEM VALENTIM” e “Direito à forma” no próprio Inhotim. Dentre elas, vale destacar “Um defeito de cor” no MUNCAB; “Mãos – A Mão Afro-Brasileira” no Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu Afro Brasil Emanoel Araújo; “Dos Brasis: Arte e Pensamento Negro” no Sesc Belenzinho; além da sua individual “Entre hoje e ontem para dizer sobre amanhã” na Galeria Leme.
*Foto: Reprodução/https://www.instagram.com/p/C2aC0L8uxRe/?img_index=1