Com o aporte de US$ 10 milhões, a Shell Brasil passa a ser sócia minoritária da Carbonext, responsável por mapear e monitorar áreas florestais na Amazônia, além de atingir o objetivo de zerar suas emissões líquidas de carbono no mundo até 2050
A Carbonext, desenvolvedora de projetos de geração de créditos de carbono, recebeu um aporte de US$ 40 milhões da Shell Brasil, para empreendimentos de preservação ambiental e o desenvolvimento de novos negócios, informaram as empresas na segunda-feira (11).
Shell Brasil investe na Carbonext
Com o aporte, a Shell Brasil passa a ser sócia minoritária da companhia, que possui projetos de preservação em mais de 2 milhões de hectares da Floresta Amazônica, espalhados por cinco Estados: Amazonas, Acre, Pará, Mato Grosso e Maranhão.
Além disso, a desenvolvedora é responsável por mapear e monitorar essas áreas florestais, pertencentes a empresas que buscam capitalizar o mercado de carbono. A partir daí, são gerados créditos que ela vende ao mercado.
A sociedade na Carbonext vai contribuir para a Shell atingir o objetivo de zerar suas emissões líquidas de carbono no mundo até 2050.
Nota da Shell Brasil
Em nota, segundo presidente da Shell Brasil, André Araujo:
“Não é de hoje que a Shell defende a criação e regulação do mercado de carbono. Associar nossa companhia à Carbonext é um passo importante para nossa meta de compensar 120 milhões de toneladas de CO₂ ao ano até 2030 com soluções baseadas na natureza para escopo 3 (emissões indiretas), difíceis de se abaterem.”
Rodada de captação de recursos da Carbonext
Contudo, o aporte da Shell integra uma segunda rodada de captação de recursos da Carbonext, que segue em andamento. O valor aportado pela companhia é aproximadamente sete vezes o total de R$ 30 milhões captados pela desenvolvedora na primeira rodada, em 2021.
Negociações
Vale destacar que com o investimento, a Shell terá preferência nas negociações para adquirir créditos de carbono da Carbonext, que os venderá a preços de mercado para a companhia de energia, apesar da participação na empresa.
Luciano Corrêa da Fonseca, economista e CEO da Carbonext, reforça que a parceria vai permitir principalmente a troca de conhecimento e de tecnologias que serão usadas nos projetos.
“Uma dessas tecnologias serão satélites de alta definição da Shell. A gente tem alguns e vai passar a ter acesso aos dela também, que permitirão verificar se uma área está tendo desmatamento ou não.”
Medição de fluxos de carbono e e-DNA
Todavia, a Carbonext também terá acesso a torres de medição de fluxos de carbono e a uma tecnologia chamada e-DNA. Esta é capaz de identificar materiais genéticos de qualquer espécie. E isso permite a elaboração de inventários da biodiversidade local, que poderá ser contabilizada na precificação dos créditos.
Fonseca complementa:
“A evolução do mercado de carbono tende a considerar a biodiversidade no preço. Então, isso pode ser um elemento que vai agregar valor ao projeto.”
Por fim, ele afirma que a Shell está sendo a líder nessa captação de recursos, mas outras empresas, de outros setores, “vão seguir esse caminho”.
*Foto: Reprodução