A hepatite é uma doença que ainda mata no Brasil. Portanto, a vacinação é o modo mais seguro de prevenção, assim como seu rápido diagnóstico para tratamento em tempo oportuno.
Vacinação contra Hepatite A e B em Minas Gerais
Em 2021, no estado de Minas Gerais, por exemplo, foram registradas 124 mortes por causa da doença. Já no ano anterior, foram 119 óbitos. Portanto, houve um crescimento no número de mortes. Sendo assim, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) decidiu reforçar a importância da vacinação contra Hepatite A e B na região.
Casos no estado mineiro
Além disso, a inflamação pode ser secundária a diversos fatores, como as infecções virais. No estado mineiro, as hepatites mais comuns são as do tipo: A, B e C. Ainda no ano passado, foram registrados 38 casos de hepatite A, 706 casos do tipo B e 831 casos de hepatite C; ante 28 casos do tipo A, 576 casos do tipo B e 831 do tipo C, em 2020.
Tipos de hepatite
Hepatite A
Segundo o médico Gustavo Menelau, Médico cirurgião-geral e especialista em cirurgia do aparelho digestivo, a Hepatite do tipo A é uma doença “infecciosa, bastante contagiosa, provocada por uma exposição ao vírus da hepatite a (HVA)”. Ela apresenta um período de incubação em média de 7 a 30 dias após contato com o vírus para desenvolvimento da doença e dos sintomas. Eles podem ser leves, e até passar despercebido. Mas, “também podem ser graves levando a acometimento do fígado, podendo em casos excepcionais levar a falência do fígado e morte”.
Hepatite B
A hepatite B não possui cura e é classificada como infecção sexualmente transmissível.
Hepatite C
Todavia, a hepatite do tipo C pode se manifestar na forma aguda ou crônica. Ela é transmitida pelo contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e materiais de manicure.
Sintomas
Contudo, o paciente pode nem apresentar sintomas, afirma Dr. Gustavo Menelau. E os sintomas mais comuns são:
- febre;
- fraqueza e mal-estar;
- dores do corpo e articulações;
- náuseas e vômitos ;
- icterícia (olhos e pele amarelados);
- fezes esbranquiçadas;
- urina escura;
- falta de apetite.
Como ocorre a vacinação
Em Minas Gerais, a vacinação contra Hepatite A e B são oferecidas pelo SUS e estão disponíveis nos postos de saúde de todo o estado. É o que destaca a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da SES-MG, Josianne Gusmão.
“A imunização contra a hepatite B está disponível para toda a população, independente da faixa etária. Já a da hepatite A está disponível para crianças a partir de 15 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias. Depois de receber, da forma recomendada, todo o esquema vacinal a pessoa fica imunizada pelo resto da vida.”
No ano passado, a cobertura contra o vírus tipo B foi de 68,55% em crianças com menos de 30 dias de vida, e de 75,95% em crianças menores de um ano de idade. Já a cobertura contra o tipo A foi de 76,46%. No entanto, a meta de cobertura ideal estipulada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, é de 95%.
Por outro lado, a vacina para o tipo C não existe, mas há tratamento, também disponibilizado pelo SUS e consegue evitar complicações.
Medicamentos contra hepatite
Os medicamentos são gratuitos e podem ser retirados nos 73 Serviços de Atendimento Especializado (SAE) e Unidades dispensadoras de medicamentos (UDM) em Minas Gerais, de modo rápido e seguro.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio da história clínica e de exames de sangue. No tipo A existe pesquisa do vírus HVA e outros exames bioquímicos. Nos tipos B e C, o exame é realizado por testagem rápida, disponíveis no SUS. E se a pessoa for diagnosticada com hepatite B ou C, a orientação é procurar uma UBS e se informar sobre onde retirar os medicamentos.
Segundo a coordenadora de Infecções Sexualmente Transmissíveis/ Aids e Hepatites Virais da Secretaria da SES-MG, Mayara Marques, a diferença entre os tipos B e C é basicamente o modo de transmissão:
“Sem apresentar sintoma, a doença evolui sem diagnóstico e tratamento oportunos. Esse avanço da infecção pode levar ao transplante de fígado, sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer. Em alguns casos pode evoluir para óbito.”
Hepatite aguda em investigação em Minas Gerais
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que, até 17/5, foram notificados ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-Minas). Foram oito casos suspeitos de hepatite aguda de etiologia desconhecida. Desses, três casos foram descartados e cinco seguem em investigação. Os casos que estão em investigação são de: Belo Horizonte (2), Juiz de Fora (2) e Montes Claros (1). E os casos descartados foram notificados em Montes Claros (2) e Divinópolis (1).
Por fim, todos eles foram notificados ao Ministério da Saúde. Os principais sintomas relatados nestes casos foram: dor abdominal e vômitos, acompanhados de alterações de enzimas hepáticas.
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