Troca de CEO na Petrobras também mercado temer diante desta interferência de ordem política
Nesta semana, as ações da Petrobras despencaram quase 12%, na bolsa de Nova York. O motivo diz respeito a uma ordem política, vindo do presidente Jair Bolsonaro, que resultou na troca de CEO no comando da estatal petrolífera. E isso configura US$ 14,36 no pré-mercado.
Troca de CEO na Petrobras
A troca de CEO na Petrobras já é a segunda mudança feita po Bolsonaro em dois meses. Além disso, José Mauro Ferreira Coelho já é o terceiro CEO da companhia demitido pelo presidente por conta dos preços dos combustíveis. A decisão aumenta a preocupação de analistas com interferência do governo na estatal.
Agora, quem assume o comando é Caio Mario Paes de Andrade, um alto funcionário do Ministério da Economia, foi indicado para substituir Coelho.
Como foi a demissão
A demissão ocorreu após a companhia recusar a vender comsbustíveis com desconto aos consumidores. Eles justificaram, segundo a agência Reuters, que a atitude levaria à escassez de diesel.
Ações na bolsa
Sendo assim, as ações da Petrobras podem registrar a pior sessão desde fevereiro de 2021. Na ocasião, os papéis caíram 21% após o então CEO Roberto Castelo Branco foi deposto do cargo.
As ações da estatal acumulam alta de 48% neste ano.
Intervenção direta
Por outro lado, os investidores provavelmente verão a mudança como uma intervenção direta associada ao preço do combustível no Brasil. É o que disse o JPMorgan, em nota ao mercado.
“O Sr. Coelho havia repassado um aumento no preço do diesel em seus 40 dias de mandato. Esperamos uma reação negativa ao anúncio das ações da Petrobras.”
Já o BTG Pactual afirmou o seguinte: “embora a governança corporativa da Petrobras tenha evitado até agora interferências mais diretas, nós tememos que o verdadeiro teste ainda esteja por vir”.
O banco digital disse ainda:
“Em última análise, achamos que o novo CEO enfrenta uma difícil dilema: como preservar o próprio emprego seguindo as políticas da empresa e sem comprometer a disponibilidade de combustível do Brasil?”
Contudo, o BTG destacou também que é importante seguir os preços internos na paridade de importação a fim de manter um abastecimento suadável de combustível para o Brasil. E isso depende de importações, cuja oferta é suficiente para atender a demanda.
Por fim, o Citi declarou que a mudança pode “criar risco em torno de continuidade” da estratégia de longo prazo da Petrobras.
*Foto: Reprodução