O Mercado Livre é a empresa mais valiosa agora, em termos de América Latina. Sendo assim, ela acaba de ultrapassar as tradicionais companhias Vale e Petrobras, que já eram ligadas às commodities. E com isso, ela abre espaço para as empresas conectadas à tecnologia.
Mercado Livre é a empresa mais valiosa da América Latina
No encerramento da sessão desta sexta-feira (7), a companhia de comércio eletrônico argentina registrou US$ 59,3 bilhões em valor de mercado, segundo afirmação da Economática. Em segunda posição aparece a Vale, com US$ 57,1 bilhões de capital de mercado, seguido pela Petrobras, que totalizou US$ 55,5 bilhões. Lembrando que no fim de julho, a estatal de petróleo vendeu 10% de fatia da TAG à Engie e CDPQ.
Além das companhias do setor de commodities, o Mercado Livre também é mais valioso que a America Movil (US$ 41,8 bilhões – empresa mexicana do setor de telecomunicações), e também que a Ambev (US$ 38,6 bilhões), do ramo de bebidas.
Manutenção do primeiro lugar
Contudo, a manutenção do primeiro lugar do Mercado Livre acontece mesmo antes da desvalorização de 2,13% em suas ações na sessão desta sexta na Bolsa de Nova York, aponta Maurício Pedrosa, gestor da Áfira Investimentos:
“Esse é o novo mundo, as empresas digitais vão seguir crescimento exponencial. A pandemia intensificou-se como casa doméstica, com pessoas comprando mais por canais digitais. Quem conseguiu atender a esta demanda, apresenta bons resultados mesmo grau de promoção global.”
Em termos de “big techs”, a empresa de comércio eletrônico conquista cada vez mais espaço no mercado internacional. Todavia, a Exxon Mobil, do setor de combustíveis e que por um longo período foi a maior companhia dos EUA, hoje vale US$ 183,6 bilhões, complementa Pedrosa:
“Uma diferença importante é que as empresas de tecnologia não essenciais de grandes investimentos físicos e nem de grande capital para serem geridas. Isso contribui para uma valorização robusta e constante das companhias do setor.”
Lista das companhias mais valiosas da América Latina:
- Mercado Livre: US $ 59.352.195
- Vale: US $ 57.186.110
- Petrobras: US $ 55.534.568
- Itaú Unibanco: US $ 44.584.025
- Walmart (México): US $ 43.162.023
- America Movil: US $ 41.809.692
- Ambev: US $ 38.616.790
- Bradesco: US $ 34.319.586
- XP: US $ 26.558.150
- Weg: US $ 26.478.977
Balanços recordes
Em contrapartida, a Apple, somente com a comercialização de iPhones, faturou US$ 26,42 bilhões de abril a junho. Isso significa US$ 4 bilhões acima do projetado, conforme dados do IBES. Ao todo, as receitas foram de US$ 59,69 bilhões, com lucro líquido de US$ 11,3 bilhões.
Já para o Facebook, as expectativas eram de queda de 3% no faturamento no segundo trimestre, em decorrência dos custos das empresas com publicidade. Porém, a companhia soube aproveitar a alta do tráfego online gerado pela pandemia. Sendo assim, ela aumentou suas receitas em 11%, para US$ 18,7 bilhões.
Além disso, seu lucro líquido praticamente dobrou, de US$ 2,6 bilhões para US$ 5,19 bilhões. No entanto, esse crescimento se deve mais às perdas em 2019, quando a empresa pagou multa de US$ 2 bilhões, vinculadas à privacidade de dados.
Por fim, a Amazon aproveitou o período de isolamento social dos consumidores para impulsionar suas vendas. A gigante do varejo online registro no segundo trimestre do ano o maior lucro em seus 26 anos de trajetória. As receitas elevaram em 40%, em comparação ao ano passado, para US$ 88,9 bilhões, com lucro líquido de US$ 5,2 bilhões, sendo o dobro do atingido em 2019.
*Foto: Divulgação