Logística de vendas on-line, de rede própria, enfrenta limitações; entenda o porquê
A decisão do Governo de mudar a regulamentação dos serviços de entregas deve afetar todos os operadores logísticos que atuam no e-commerce brasileiro. A proposta está sendo elaborada pelo Ministério das Comunicações. O objetivo é fortalecer os Correios, empresa estatal que enfrenta problemas de competitividade.
Logística de vendas on-line
No entanto, a criação de uma nova regulação deve afetar todo a logística vendas on-line. É o que explica Rodrigo Garcia, diretor executivo da Petina Soluções em Negócios Digitais, startup especializada em gestão de vendas online via marketplaces.
“Essa regulamentação irá beneficiar os Correios, mas deve vir com algumas limitações para quem quer fazer a logística própria. Então, automaticamente, irá dificultar a iniciativa privada de empresas como o Mercado Livre ou Amazon, por exemplo. Até mesmo o serviço fulfillment (conjunto de processos que se dá entre o momento em que o cliente realiza um pedido até a entrega do mesmo em suas mãos), no qual o cliente recebe sua mercadoria no mesmo dia, ou os serviços FBA (Fulfillment By Amazon) e DBA (Delivery By Amazon), da Amazon. Enfim, existem diversos marketplaces que têm logística própria, nos quais a agilidade de recebimento, hoje, é mais eficiente que a dos Correios. Essa regulamentação, então, deve restringir a autonomia deles para o desenvolvimento desse tipo de logística”, diz Garcia.
Já para o empresário e investidor da empresa de entregas Redefrete, Cláudio Salituro, o futuro do setor de logística pós-pandemia é cada vez mais tecnológico, o que exige a socialização de todos os departamentos com os novos recursos.
Marketplace
Nesse quesito, o Marketplace, modelo de negócio que traz recursos muito úteis para as empresas e marcas que vendem na internet, auxiliam no aumento de vendas
A proposta do Governo Federal é revisar a legislação de serviços postais no Brasil, de 1978, para alterar algumas regras. Até então, elas só se aplicavam à empresa estatal e a partir de então criar um novo marco regulatório que deve atingir todo o setor. Com isso, os Correios terão melhores condições de competir com as concorrentes, que realizam entregas de compras feitas no e-commerce.
“Além de alterar as restrições de transportes de cargas que a empresa estatal possui atualmente, como o envio de plantas, animais e vírus inativos, o que tornaria o mercado mais competitivo. Além disso, a ideia também é assegurar padrões de qualidade para as entregas e garantir uma instância de reclamação dos serviços. Essas novas regras serviriam tanto para os Correios, quanto para os operadores privados”, finaliza Garcia.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/alto-angulo-de-mulher-trabalhando-com-laptop-e-caixas_8531239.htm#fromView=search&page=1&position=2&uuid=80d68696-61cf-4485-816a-f69551b0ee56