Dr. Marc Abreu é reconhecido por criar método não invasivo que trata algumas dessas doenças, como o Alzheimer, por exemplo
Cada vez mais pessoas têm falado sobre doenças neurológicas degenerativas. Para quem não sabe, estas doenças são distúrbios que afetam o sistema nervoso, que é formado por: cérebro, medula espinhal e pelos nervos. E pelo fato deste sistema se interligar a muitas funções de nosso corpo, isso tudo pode se manifestar de várias formas.
Por se tratar de doenças neurológicas, consequentemente, elas são degenerativas. Ou seja, não há cura e tal condição avança com o passar do tempo, gerando maior grau de comprometimento.
Chamada também de doenças neurodegenerativas, elas provocam a destruição gradual e irreversível dos neurônios (células do sistema nervoso), de modo que as pessoas afetadas apresentam sintomas progressivamente mais intensos.
Mas, com o avanço da medicina e pesquisas na área, alguns médicos vêm desenvolvendo métodos que podem acarretar melhorias dos sintomas, resultando em uma melhor condição de vida. É o caso do Dr. Marc Abreu, médico brasileiro radicado nos Estados Unidos, que criou uma técnica que abrange melhoria dos movimentos para quem possui Parkinson, por exemplo. A seguir, conheça o método do médico brasileiro.
Indução de Proteínas de Choque Térmico
A técnica experimental, batizada de BTT Abreu 700, é focada na indução de proteínas de choque térmico.É um método não invasivo que implica em expor o corpo a temperaturas elevadas, um tipo de choque térmico, de maneira completamente segura e controlada. Esse processo gera um estímulo no cérebro do paciente, levando à produção das proteínas de choque térmico, também conhecidas como heat shock proteins em inglês.
Dr. Marc Abreu é médico cirurgião formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e já foi professor nas prestigiadas Universidades de Harvard e Yale nos Estados Unidos.
Como nasceu a técnica?
A técnica foi desenvolvida ao longo dos últimos 16 anos, quando o médico brasileiro começou a estudar este procedimento na Universidade de Yale (EUA), em 2007. Marc Abreu é especializado em doenças degenerativas, além de ser professor e pesquisador da Universidade de Yale.
Segundo informações divulgadas pelo Instituto Médico BTT, a terapia é capaz de reduzir a progressão da doença, além de também restaurar as funções perdidas. Esse é o grande diferencial que tem devolvido mais qualidade de vida aos pacientes.
Vale destacar que o tratamento já possui a aprovação da agência federal norte-americana Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador semelhante à Anvisa.
Como funciona o tratamento?
O tratamento ocorre em ambiente hospitalar, com foco na modulação térmica do paciente por meio de procedimentos de hipertermia e hipotermia avançadas, guiados pelo cérebro.
Além disso, o tratamento não é invasivo, e que não é preciso um tempo de recuperação. O paciente não é internado e para cada sessão, o paciente deve comparecer diariamente ao Instituto Médico BTT, a duração do tratamento pode variar de paciente para paciente.
Doenças neurodegenerativas – condições
Contudo, as doenças neurodegenerativas abrangem uma série de condições que afetam diferentes regiões do sistema nervoso.
Sendo assim, os sintomas variam bastante conforme a natureza da condição. Isso inclui dores de variadas origens, transtornos do sono, alteração da consciência, distúrbios dos sentidos (audição, visão, olfato, tato e paladar), mau funcionamento dos músculos, prejuízo da função mental, entre outros.
Confira a seguir as doenças neurodegenerativas mais comuns e seus principais sintomas:
1 – MAL DE ALZHEIMER
O mal de Alzheimer ou doença de Alzheimer é um tipo de demência mais conhecida por afetar a memória das pessoas idosas, mas seus efeitos também incluem o declínio gradual da capacidade de julgamento, raciocínio e aprendizagem.
Essa doença também pode ter sintomas como confusão, mudança de personalidade, dificuldades com a linguagem, incapacidade de realizar tarefas do dia a dia e comportamento inapropriado, apesar da perda de memória recente seja a manifestação que mais se destaca.
2 – MAL DE PARKINSON
Por sua vez, o mal de Parkinson ou doença de Parkinson é uma doença neurológica degenerativa caracterizada principalmente pelo tremor, mesmo quando os músculos estão em repouso. Ela também causa rigidez muscular, lentidão dos movimentos e dificuldades em manter a postura devido à perda do equilíbrio.
As pessoas com a doença de Parkinson, geralmente, têm entre 50 e 79 anos. E compromete a capacidade de pensamento, originando a demência. Assim como o mal de Alzheimer, esta doença pode ter influência genética.
3 – ESCLEROSE MÚLTIPLA
Já a esclerose múltipla é mais comum em mulheres de 20 a 40 anos. Ela provoca lesões no cérebro devido a uma condição autoimune, na qual o sistema imunológico ataca o revestimento dos neurônios, chamado de bainha de mielina.
Essa doença se caracteriza por episódios imprevisíveis, ou seja, seus sintomas vão e voltam. No início, a esclerose múltipla costuma apresentar sintomas transitórios e leves, como alterações menores na visão ou em outros sentidos. Com o passar do tempo, podem surgir manifestações como visão dupla, perda visual, fraqueza, formigamento nas pernas, desequilíbrio e tremor.
4 – ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA)
Os principais sintomas da esclerose lateral amiotrófica são o endurecimento e a fraqueza dos músculos em dos lados do corpo acompanhados pela perda de massa muscular (atrofia), que evoluem gradualmente para a paralisia.
Com o passar do tempo, a ELA impossibilita que a pessoa realize tarefas simples do dia a dia, como se levantar, segurar objetos, subir escadas, falar e se alimentar, podendo afetar ainda os músculos envolvidos na respiração.
Porém, a capacidade cognitiva é preservada, ou seja, o paciente tem total ciência do seu quadro. Um exemplo bastante conhecido de paciente com ELA foi o famoso cientista Stephen Hawking, que conviveu com a doença dos 21 aos 76 anos.
5 – DISTROFIA MUSCULAR
Distrofia muscular é um grupo com mais de 30 doenças neurológicas degenerativas que afetam os músculos. As causas dessas doenças estão em mutações genéticas, algumas das quais podem ser hereditárias. Mas já outras ocorrem espontaneamente na geração do embrião.
Dependendo do tipo de distrofia muscular, a pessoa pode apresentar desde sintomas leves que evoluem de forma lenta, sem prejuízo para as funções, até sintomas severos que causam fraqueza intensa e afetam os músculos involuntários, levando a problemas respiratórios e cardíacos.
6 – ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL (AME)
Por fim, temos a atrofia muscular espinhal, que é uma doença genética que se manifesta por fraqueza e atrofia muscular progressiva. Neste caso, a pessoa com a doença possui dificuldades para realizar movimentos considerados simples, como andar, se sentar, se levantar e manter a cabeça erguida.
A AME pode surgir desde o nascimento até a vida adulta, sendo mais severa conforme a precocidade do início dos sintomas. Com o passar do tempo, ela pode causar escoliose, dificuldade na deglutição e dificuldade respiratória.
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