Objetivo é analisar a situação dessas pessoas em relação à crise climática, considerando as injustiças que podem ter na rede pública e a sua associação com os aspectos socioambientais
Em breve, o Ministério da saúde vai realizar, em parceria com o Hospital Albert Einstein, o projeto Vulnerabilidade Étnico-Raciais, Ambiente, Clima e Impacto na Saúde (VERACIS).
O intuito é apoiar o desenvolvimento de mais de uma política pública que fale sobre como lidar as crises climáticas e ambientais, sobretudo tudo em relação a pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade e, consequentemente são as mais afetadas por esta condição, que inclui injustiças na rede pública de saúde. A iniciativa será executada no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
Crise climática no país
Para a execução do projeto que aborda a crise climática no país, serão destacadas as dimensões da saúde ambiental, humana, física, mental e do trabalhador, além das avaliações geográficas e socioeconômicas. Para isso, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – (Conaq) e outros movimentos e organizações territoriais também participaram dos diálogos de formação do VERACIS.
Após este debate, o SUS receberá dados concretos e ferramentas analíticas para melhorar as condições de vida das populações mais afetadas pelas mudanças climáticas. Já o valor aprovado para financiar tal iniciativa parte da ordem de R$ 56,2 milhões até dezembro de 2026.
Implementação
Para a direção do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DVSAT), a implementação do projeto é inovadora. Isso porque no Brasil ainda não existe nenhum estudo nesse sentido. Portanto, é vital defender e entender os impactos das mudanças climáticas e dos fatores ambientais na saúde da população negra, pobre, periférica, do campo, das águas e florestas.
Dados qualitativos
Ao produzir dados qualitativos na saúde física, mental, social e laboral da população negra e periférica, a partir de uma estratégia pioneira de vigilância da água, do ar, do solo e exames de matriz biológica na população dos territórios escolhidos, será possível melhorar a vida dessas pessoas.
Em suma, o projeto será capaz de identificar territórios de vulnerabilidade sanitária e ambiental. Isso inclui regiões de maior prevalência de pessoas negras; desempenhar uma análise real da condição física e mental nesses locais, bem como implementar infraestrutura de dados multidimensionais de saúde da população para clima e biomas brasileiros. Por fim, será possível também ativar tecnologias populares de vigilância para a sociedade identificar, monitorar, comunicar e registrar o surgimento ou agravo de risco, assim como dificuldades de acesso e danos à saúde na situação das alterações climáticas.
Outras iniciativas do Ministério da Saúde
Vale destacar que já há outras iniciativas da pasta que possuem este projeto em seus escopos. São elas:
- Política Nacional de Saúde Integral da População Negra;
- Política Nacional de Saúde Integral da População do Campo, das Florestas e das Águas;
- Política Nacional sobre Mudança do Clima e Plano Nacional de Adaptação Climática;
- Política Nacional de Vigilância em Saúde;
- e Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.
As propostas do VERACIS também consideram as Diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) para questões éticas na Vigilância em Saúde Pública.
Sobre o Proadi-SUS
O Proadi-SUS foi desenvolvido para contribuir com o fortalecimento do SUS e é financiado com recursos de imunidade tributária concedidos aos hospitais filantrópicos de excelência reconhecidos pelo Ministério da Saúde.
Fonte: Foto de EyeEm na Freepik