Além de mapear os benefícios desse financiamento, o especialista fala sobre como os FIDCs podem auxiliar na antecipação de crédito
De acordo com o empreendedor e consultor de FIDCs, Armin Altweger, o Brasil vive um cenário de desafios no acesso ao crédito, levando as empresas a buscarem soluções financeiras inovadoras. “O Financiamento ou Antecipação de Recebíveis apresenta-se como uma alternativa atraente, com os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) desempenhando um papel crucial nessa estratégia”, completou ele.
No Financiamento de Recebíveis, a empresa pode antecipar o valor de seus direitos creditórios, que correspondem a vendas ainda não pagas, como duplicatas, cheques pré-datados, faturas de cartão, entre outros. Por meio desta antecipação de valores a receber, o negócio consegue injetar capital de giro imediato, melhorando o seu fluxo de caixa e a sua capacidade de investimento.
Como os FIDCs se encaixam nesse processo?
Vale destacar que os FIDCs conectam pessoas em busca de crédito aos investidores. Nesse processo, o fundo de investimento realiza um pagamento antecipado utilizando o dinheiro dos investidores, que optam por renunciar a sua renda atual em troca de uma taxa de juros futura.
No Financiamento de Recebíveis, a empresa vende seus créditos a receber para o FIDC, recebendo o pagamento à vista. Esse tipo de fundo de investimento assume a responsabilidade de receber os pagamentos dos clientes da empresa, gerando rentabilidade para os investidores.
Vantagens do Financiamento de Recebíveis com FIDCs
A seguir, Armin Altweger lista as 5 vantagens de antecipar os recebíveis por meio dos FIDCs. Confira:
- Melhora do fluxo de caixa: a principal vantagem é a antecipação de recebíveis, proporcionando liquidez imediata para a empresa;
- Redução de custos financeiros: as taxas envolvidas no Financiamento de Recebíveis podem ser mais competitivas do que aquelas das linhas de crédito tradicionais como os fundos FIDC são isentos de IOF;
- Fortalecimento de capital de giro: a antecipação de recebíveis fortalece a capacidade de investimento e as operações diárias da empresa;
- Gestão de riscos: Ao transferir os recebíveis para o FIDC, a empresa reduz o risco de inadimplência, já que o fundo assume essa responsabilidade;
- Operação não-onerosa: ao contrário de empréstimos, o Financiamento de Recebíveis não adiciona endividamento à empresa, o que melhora seus indicadores financeiros.
FIDCs e o desenvolvimento econômico
De acordo com dados divulgados em 2024 pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a parcela de FIDCs no patrimônio líquido da indústria de fundos saiu de 3% em janeiro de 2020 para mais de 5% neste ano. O relatório comprova o avanço do patrimônio líquido total de FIDCs, que mais que duplicou em apenas quatro anos.
Além dos benefícios diretos para as empresas, o especialista destacou que os FIDCs também promovem o desenvolvimento da economia brasileira ao democratizar o acesso ao crédito, especialmente para as empresas de pequeno e médio porte. Além disso, esse tipo de fundo de investimento incentiva a criação de soluções financeiras e atrai capital, impulsionando assim o mercado.
“O Financiamento de Recebíveis por meio de FIDCs representa uma escolha robusta para empresas brasileiras que buscam otimizar seu fluxo de caixa, diminuir custos financeiros e reforçar a sua saúde financeira. Além de beneficiar diretamente as empresas, essa modalidade é um instrumento poderoso para impulsionar o desenvolvimento da economia nacional”.
Armir Altweger
Sobre Armin Altweger
Armin Altweger é um empreendedor com vasta experiência e uma década de residência no Brasil, especializado em finanças, desenvolvimento de produtos e inovação. Ele construiu sua carreira em multinacionais como Andritz Hydro Plants, Volkswagen Caminhões e Audi AG, e é fluente em alemão, inglês e português.
Altweger possui dupla graduação em Gestão Internacional e Economia, além de um mestrado em Gestão de Produtos e Inovação. Também é candidato ao CFA Nível 2 e possui uma licença de piloto privado.
Em 2010, ele cofundou a W1 Finance, uma empresa focada na democratização do planejamento financeiro pessoal. Como sócio-gerente, expandiu a companhia de 20 para 350 consultores e mais de 50.000 clientes. Além disso, co-desenvolveu um software de gestão e consultoria para a empresa.
Desde 2019, Armin Altweger tem consultado fundos FIDC no Brasil, focando em um portfólio diversificado que inclui serviços de consultoria e análise de crédito. Ele defendeu a integração de uma FinTech e CreditTech ao portfólio, utilizando tecnologia blockchain para garantir segurança nas operações. Atualmente, dedica-se a melhorar a transparência dos fundos no Brasil por meio da tecnologia blockchain e da tokenização de securities.
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