Embraer e Boeing cancelam acordo após quase dois anos do anúncio da possível fusão, que seria concretizada este ano, segundo fontes
Embraer e Boeing cancelam acordo depois de quase dois anos do anúncio da fusão, conforme informou a companhia brasileira de aviões, no último dia 25 que, depois do fim do acordo no valor de US$ 4,2 bilhões com a Boeing. Agora, a fabricante de aeronaves trabalha para ajustar os seus níveis de produção e custos de capital para economizar recursos.
Em comunicado, a empresa reforçou que encerrou 2019 com uma “sólida posição de caixa” e não possuía “dívida significativa para os próximos dois anos”.
Em outro trecho, a Embraer fala sobre liquidez:
“Estamos tomando medidas adicionais para preservar nossa liquidez e manter nossas finanças sólidas durante esses tempos turbulentos”, acrescentou a empresa.
Outras medidas dizem respeito a ajustes de estoque, ampliação dos ciclos de pagamento, diminuição de gastos e busca de financiamento, afirma a empresa.
Possível fusão sairia em 2020
O acordo entre Enbraer e Boeing foi anunciado há quase dois anos e a possível fusão seria concretizada este ano, segundo fontes e seria aprovada pelo Cade.
As companhias estavam em etapa final de fechamento da negociação antes da Boeing decidir desfazer o negócio. Inicialmente, a Boeing deveria controlar 80% da divisão de aviação comercial da Embraer, que fabrica aviões de até 150 lugares.
A Embraer e a Boeing já tinham recebido aval dos organismos antitruste de todos os governos necessários, sendo contra apenas a União Europeia. Além disso, a Embraer já havia gasto milhões na criação do segmento de negócios que a Boeing controlaria.
Sobrevivência a longo prazo
A companhia brasileira, que é a terceira maior fabricante de aviões do mundo, enxergava o acordo como vital para sua sobrevivência a longo prazo, a medida que o duopólio da Boeing-Airbus ganhava mais espaço no mercado.
A Embraer afirmou em um comunicado no último sábado (25) que a Boeing rescindiu “indevidamente o Acordo Global da Operação e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de U$ 4,2 bilhões.”
Por fim, a fabricante brasileira disse que vai buscar as “medidas cabíveis” para ser ressarcida pelos prejuízos causados pela decisão da Boeing.
Fonte: Revista EXAME