A decisão é viabilizada também pelas companhias se beneficiarem do fisco ao proporcionarem previdência complementar a seus colaboradores
Já é uma realidade que mais da metade das empresas do Brasil oferecem o serviço de previdência privada aos seus funcionários. O objetivo funciona tanto para atrair novos colaboradores como para segurar os talentos existentes, além das companhias terem direito a benefícios fiscais. As informações são de um estudo realizado pela corretora de seguros Aon.
Segundo a pesquisa realizada com 640 empresas, 51% delas disponibiliza a previdência complementar aos colaboradores. Esta prática envolve 2,3 milhões de empregados, atualmente.
O levantamento revelou que cerca de 30% das empresas restantes também pretendem proporcionar o benefício a seus funcionários futuramente.
Previdência complementar
Os indicativos vieram à tona em meio ao período que tramitava no Congresso Nacional a votação da reforma da Previdência. Pois, de acordo com o texto, pode haver alteração no artigo que fala sobre a idade mínima para se aposentar. Esta regra poderia elevar esta faixa etária.
Segundo Roberta Porcel, responsável pela área de previdência e serviços atuariais da Aon, em declaração ao portal Ivesting.com:
“Os planos de aposentadoria complementar privada devem passar a ser mais frequentes como mecanismo de atração de talentos”.
IR e CSLL
Para as empresas que optam em oferecer planos de previdência privada a seus empregados, elas podem deduzir as contribuições como despesa operacional para fins do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). No entanto, esta dedução só pode ser de até 20% da folha salarial dos participantes dos planos. Já as contribuições que ultrapassarem esse limite podem ser utilizados para abater parte da base de cálculo da CSLL. Com isso, o incentivo fiscal com estas alternativas estabelecidas será de 34% do valor gasto com a iniciativa.
Vale ressaltar que não é necessário as companhias recolherem encargos trabalhistas sobre as contribuições que depositam ao plano. Pois, estas práticas não fazem parte do contrato de trabalho nem das remunerações dos participantes.
Custos do programa de previdência complmentar
Mesmo assim, para 56% das companhias que participaram do estudo da Aon oferecer o plano de previdência complementar ainda não é possível. O principal motivo para não aderirem ao benefício é pelos altos custos que o programa estabelece o que fica inviável para essas empresas no momento.
A pesquisa entrevistou empresas de todos os tamanhos, que abrange de 500 até mais de 10 mil funcionários. Já o faturamento dessas companhias varia de R$ 20 milhões até com lucro superior a R$ 5 bilhões.
Planos de assistência médica
Além dos gastos com plano de previdência privada, as empresas também passarão a ter mais despesas com planos de assistência médica, que é considerado o segundo maior gasto das companhias, perdendo apenas para os salários dos colaboradores, segundo Roberta.
Além disso, os profissionais mais velhos que ainda estão no mercado de trabalho, também é um alto custo às companhias. Para se ter uma ideia, em média, a despesa que a pessoa tem com saúde aumenta 3% ao ano para cada ano que ela vive, explicou a executiva.
Ela ainda ressaltou:
“Será uma transferência de custos com saúde, do sistema público para o privado”.
Portanto, daqui para frente as companhias terão que melhorar a gestão em relação aos gastos médicos, finaliza Roberta.
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