Bradesco no caso Americanas, é credor de R$ 4,8 bilhões, e afirma que não há clareza sobre as inconsistências contábeis nas demonstrações financeiras da empresa
Nesta semana, o Bradesco anunciou que se opõe à aprovação do plano de recuperação judicial das Lojas Americanas. Neste caso, o banco afirma há falta de clareza sobre as inconsistências contábeis nas demonstrações financeiras da empresa. A instituição é credora de R$ 4,8 bilhões e elencou pelo menos oito pontos do plano que deveriam dar ensejo à rejeição do plano apresentado pela empresa. O pedido foi apresentado à Justiça do Rio de Janeiro na quarta-feira (19).
Bradesco no caso Americanas
O Bradesco no caso Americanas se diz insatisfeito com as condições de pagamento e prospecção de novos recursos e a correção monetária de aportes e investimentos. Além disso, o banco também é contra o compromisso a ser assumido pelos credores de não mover processos contra as Lojas Americanas.
Vale lembrar que em março deste ano, o Bradesco solicitou à Justiça de São Paulo o protesto judicial contra a alienação de bens dos membros dos conselhos de administração e fiscal da Americanas (BVMF:AMER3). Na mesma época, a Americanas anunciou a chegada de Sergio Rial, que o mercado comemorou e as ações tiveram importante variação positiva, algo em torno de R$ 2 bilhões, comentou na ocasião Sandro Tordin, consultor e diretor estatuário.
Posicionamento do banco
Em nota o banco ainda afirmou:
“Credores possam deliberar sobre qualquer plano, é imprescindível que as demonstrações financeiras das Recuperandas sejam devidamente apresentadas e reflitam a sua real condição econômico-financeira”. “No caso concreto, tais requisitos não foram cumpridos até o momento em razão das discussões contábeis envolvendo o Grupo Americanas.”
Laudo de viabilidade econômico-financeira
Por sua vez, o laudo de viabilidade econômico-financeira que acompanhou o plano de recuperação foi elaborado em um cenário que não considera os reais efeitos das inconsistências contábeis nas demonstrações financeiras da empresa, conforme argumentou o Bradesco.
Acesso prévio
Todavia, o banco enfatizou também que os credores precisam ter acesso prévio às informações a fim de avaliar as condições propostas no plano e sua adequação à real capacidade das Lojas Americanas.
Reorganização societária
Outro ponto de objeção compartilhado pelo Bradesco, bem como outros bancos, entre eles o BTG, é a reorganização societária proposta pelas Lojas Americanas. O item se refere a medidas para simplificar o quadro de sócios e facilitar assim o cumprimento das obrigações durante o processo de recuperação judicial. Por fim, o Bradesco afirmou que a previsão dessa reorganização foi tratada de maneira genérica e sem possibilidade de controle mínimo pelos credores.
*Foto: Reprodução/Flickr (Lumina1 Propaganda – flickr.com/photos/agencialumina1/3927244182)