De acordo com texto da reforma da Previdência que ainda não foi aprovado, os mais pobres serão diretamente os mais prejudicados.
Com a reforma, as mulheres se aposentariam com idade mínima de 62 anos e 65 para homens. Já pelo tempo de contribuição para ter 100% seria de 40 anos.
Porém, esta realidade muda completamente no caso dos menos favorecidos.
Quem começar a trabalhar aos 14 anos, caso de um jovem aprendiz, vai contribuir 48 anos (mulher) ou 51 anos (homem).
Tudo isso apenas para atingir a idade mínima de aposentadoria como já vimos acima (62/65 anos).
Essas pessoas terão que contribuir ao INSS 11 anos a mais para atingirem o teto de 100% de aposentadoria.
Ao contrário de trabalhadores de classe média que iniciam sua vida profissional após terminar a faculdade, por exemplo.
Neste caso, se o cidadão começou a contribuir aos 25 anos, sem dúvida que trabalhará menos.
A conta daria 37 anos de ofício à mulher e 40 para o homem, de acordo com a idade mínima para se aposentar, o que gera os tais 11 anos a menos que a classe mais pobre.
Jovem Aprendiz
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia, no fim de 2018 o Brasil possuía um total de 444 jovens aprendizes.
Com o texto da reforma, esta realidade divide especialistas do setor.
Para um grupo, a medida pode corrigir distorções ao estabelecer uma idade mínima para se aposentar em contrapartida ao maior tempo de contribuição.
Já a outra parte defende que a reforma aplica uma penalidade aos mais pobres, principalmente os que trabalham desde os 14 anos como jovem aprendiz.
Porém, pela lei, os brasileiros podem iniciar a contribuição ao INSS a partir dos 16 anos, quando não estão inscritos em programas que admitem jovens aprendizes.
Fim da aposentadoria precoce
Para especialistas do setor previdenciário, não é um impedimento o jovem começar a trabalhar aos 14 e se aposentar aos 65.
O texto da reforma visa também corrigir um problema do Brasil de anos anteriores em que era possível se aposentar com menor tempo de contribuição, 53 para mulheres e 55 para homens.
Atualmente, a expectativa de vida é maior. Uma pessoa ainda consegue viver entre 20 e 30 anos a mais após se aposentar. Esse fato gera um gasto enorme aos cofres públicos.
Mais pobres e a desigualdade social
Economistas da área afirma que de o trabalhador mais pobre contribuir por mais de 40 anos à Previdência, o segurado receberá mais de 100% o valor do benefício.
O limite só não pode exceder 110% para os que optarem em contribuir durante 45 anos nem ultrapassar o teto de R$ R$ 5.839,45 referente ao ano de 2019.
Não se pode esquecer também que a maioria dos brasileiros contribuem pensando em receber pelo menos um salário mínimo.
Então, para estes casos se a reforma for aprovada será possível se aposentar após 20 anos de contribuição, respeitando a idade mínima.
Em contrapartida, alguns advogados ressaltam a desigualdade social que prejudica sim os mais pobres e que começaram a trabalhar desde cedo.
Para eles, o texto da reforma devia levar em consideração de uma pessoa que iniciou sua jornada de trabalho aos 14 anos terá saúde suficiente para exercer tal atividade até os 65.
Além disso, muitos brasileiros continuam trabalhando mesmo após se aposentarem, a maioria entra no mercado informal, na intenção de complementarem a renda também.
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