Valor arrecadado pelo Caixa Seguridade deve ser usado como pagamento de dívida com a União
O Caixa Seguridade, braço de seguros da Caixa Econômica Federal, protocolou na última sexta-feira (21), seu pedido de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A oferta será secundária, o que significa que o dinheiro captado irá para a Caixa Econômica e não para a Caixa Seguridade.
Toda a operação será comandada por um grupo de bancos, entre os quais: Banco di Brasil, Bank of America, Credit Suisse, Itaú BBA, Morgan Stanley, além da própria Caixa.
Retomada de planos da Caixa Seguridade
A volta do planejamento ocorre quase três anos depois da Caixa Seguridade ter desistido do IPO, argumentando na ocasião que estavam em condições adversas de mercado.
A gestão de Pedro Guimarães também pretende abrir o capital da operação de cartões, da Lotéricas, e ainda do setor de gestão de recursos (Caixa Asset Management). O mercado espera que a Caixa Seguridade, Caixa Cartões e Lotéricas levantem, juntos, R$ 25 bilhões em seus IPOs.
O processo integra parte do plano de desestatização da instituição para levantar dinheiro e quitar a dívida de ICHD (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida) com a União.
Adotado de 2007 a 2013, o instrumento foi adotado para aceitar que o banco elevasse sua oferta de crédito sem que o controlador (a União) tivesse que capitalizá-lo com recursos próprios. Sobre isso, Guimarães afirmou em janeiro deste ano:
“O primeiro passo (para usar os recursos captados) é pagar dívida. Não podemos ter uma dívida de vencimento e não pagar. Além disso, queremos continuar crescendo a carteira (de crédito) em alguns segmentos específicos, como crédito imobiliário e para infraestrutura.”
Fora is IPOs, a Caixa Econômica planeja uma reformulação de sua estrutura administrativa, o que pode incluir um novo programa de demissão voluntária (PDV), a criação de centenas de superintendências menores e o encerramento de agências.
Fonte: Folha de S. Paulo
*Foto: Divulgação