Injeção de R$ 12 bi de Lemann está acima dos R$ 10 bi oferecidos anteriormente pelos bilionários acionistas, porém, negociações avançam, conforme fontes
Na semana passada, os credores das lojas Americanas, o que inclui alguns bancos e detentores de títulos, estão propensos a fechar um acordo com os principais acionistas. Mas, isso desde que concordem em injetar R$ 12 milhões na empresa. É o que disseram fontes que estão a par do assunto à Bloomberg Línea.
Injeção de R$ 12 bi de Lemann
Vale ressaltar que antes da injeção de R$ 12 bi de Lemann, ele já havia oferecido R$ 10 bilhões.
Além disso, as negociações estão avançando e os credores podem de fato aceitar a proposta da Americanas em troca do pacote da dívida por participação acionária. É o que disseram as pessoas, que pediram anonimato, pois as discussões são privadas.
Dívida
Atualmente, a varejista está oferecendo até R$ 18 bilhões em ações e títulos conversíveis em troca de dívida. Porém, alguns credores acreditam que a demanda pela transação será menor. Isso dependendo do desconto implícito no valor de face da dívida, afirmam essas pessoas.
Recompra
Além disso, a companhia também oferece uma recompra de dívida em um leilão reverso que não atrairia alguns bancos, por exemplo. Isso porque a Americanas está sinalizando extraoficialmente que o desconto mínimo sobre o valor de face da dívida seria de 60%. Sendo assim, alguns banqueiros ainda esperam uma recuperação maior de seus créditos, afirma estas pessoas.
Portanto, o leilão seria uma boa oportunidade para quem necessita de dinheiro imediato ou para quem adquiriu títulos da varejista a preços menores. Oficialmente, a Americanas propôs uma recompra de dívida de R$ 12 bilhões.
Já o site Pipeline afirmou anteriormente que o desconto na ação seria de 60%, sem especificar como obteve a informação.
Comentários
Por outro lado, a empresa não prespondeu de imediato a um e-mail pedindo explicações. No caso, o trio de milionários: Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles (maiores acionistas), não quiseram comentar.
Em contrapartida, bancos como o BTG Pactual e o Bradesco dizem que o trio é responsável pelo que chamam de fraude.
No caso do Bradesco, ele pede o mesmo combinado contra os três acionistas de referência, Lemann, Telles e Sicupira. Vale lembrar que quando as Americanas anunciaram a chegada de Sergio Rial, o mercado comemorou e as ações tiveram importante variação positiva, aproximadamente R$ 2 bilhões, explicou Sandro Tordin, consultor e diretor estatuário.
Como começou a crise na Americanas
A Americanas mergulhou na crise no começo deste ano depois de revelações de ‘inconsistênciasc contábeis’ de R$ 20 bilhões que aumentaram artificialmente os lucros por um período estimado de uma década e reduziram pela metade o passivo reportado. Em seguida, a varejista entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro com R$ 42,5 bilhões em dívidas.
Contudo, os bilionários estão argumentando durante as negociações com os credores que seus investimentos na empresa superaram as retiradas em torno de R$ 1,6 bilhão nos últimos 10 anos, afirmam pessoas familiarizadas com o assunto anteriormente.
Todavia, o trio alega ainda que perdeu seus investimentos de longa data na empresa após o valor de sua participação de 31% na Americanas despencou. Eles argumentam que os credores devem compartilhar a dor com eles ao resgatar a varejista, disseram as pessoas.
*Foto: Reprodução/Unsplash (Daniel Dan)