Energia gerada em aterros para residências ocorre pela primeira vez no Brasil e é uma parceria entre a startup Metha Energia e a multinacional Asja
A Metha Energia, startup mineira de compartilhamento de energia distribuída, acaba de firmar uma parceria com a multinacional Asja. O objetivo é energia gerada em aterros sanitários para o consumidor residencial pela primeira vez no Brasil.
Energia gerada em aterros para residências
De acordo com o CEO e cofundador da Metha Energia, Victor Soares:
“Quando pensamos em energia renovável automaticamente associamos à energia solar, que é mais acessível. Mas existe uma oportunidade enorme de produzir energia por meio do lixo.”
Além disso, desde 2015, após uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os consumidores podem produzir a sua própria energia. Isso pode ocorrer por meio de painéis solares ou pequenas usinas, e abater o valor das suas contas de luz.
Vale lembrar que no final de 2021, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) vendeu a sua totalidade de participação na Renova Energia por R$ 60 milhões. À época, o acordo foi celebrado por meio do Grupo Angra Partners, de Alberto Guth.
Fonte solar fotovoltaica
Portanto, atualmente, segundo o Ministério de Minas e Energia, há 922 mil unidades que já fazem o uso da geração compartilhada de energia, especialmente, da fonte solar fotovoltaica.
Os negócios entre a Metha e a multinacional podem estimar que serão gerados 1,8 milhão de kWh por mês. E capazes de atender 13 mil famílias a partir da usina instalada no aterro sanitário na cidade de Sabará, em Minas Gerais.
Contas de luz
Por outro lado, apesar das contas de luz 114% mais caras, a maioria dos consumidores não usufrui da possibilidade. Isso porque criar a própria usiba ou investir em painéis solares não é algo barato. E foi justamente a partir deste diagnóstico que a startup Metha nasceu, em 2017, revela Soares.
“Vimos que já existiam empresas grandes começando a atuar com geração distribuída, porém, para nós consumidores era difícil acessar esses serviços. Enquanto isso, as contas de energia só aumentavam. Percebemos aí uma oportunidade.”
Conectar pequenas e médias usinas de geração de energia limpa
Portanto, a saída foi criar uma plataforma digital para conectar pequenas e médias usinas de geração de energia limpa (fotovoltaica, hidrelétrica e biogás) a residências. Para isso, a Metha compra os créditos de energia dos produtores e das usinas e os repassa ao consumidor final. A prática resulta em um abatimento de até 15% nas contas de luz. E a startup se monetiza por meio de uma porcentagem descontada dos geradores de energia durante esse processo.
Hoje, a empresa possui 75 mil clientes cadastrados no estado de Minas Gerais. E, com a parceria com a Asja, a meta é crescer cinco vezes mais até o fim de 2022, e ampliar a operação para outros seis estados no sudeste, centro-oeste e norte do país.
Soares declarou ao portal EXAME:
“Por conta do custo operacional, essas usinas focam em empresas devido ao volume gasto. Porém, por meio da tecnologia, conseguimos levar o serviço também para o consumidor final que, além de tudo, consegue tangibilizar melhor de onde vem a sua energia. É uma mina de ouro.”
*Foto: Reprodução