Compra de ativos da Oi pela TIM gera confiança na empresa sem grandes mudanças em relação à proposta apresentada junto com Telefônica Brasil e Claro
Na última terça-feira (27), executivos da TIM disseram estar confiantes de que a aquisição de ativos da Oi será aprovada por autoridades do Cade em grandes mudanças em relação à proposta apresentada junto com Telefônica Brasil e Claro.
Compra de ativos da Oi pela TIM
No entanto, na sexta-feira (23), a superintendência-geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) declarou como “complexa” a venda das operações de telefonia móvel da Oi para o trio. Elas venceram em dezembro passado o leilão para compra dos ativos por R$ 16,5 bilhões.
De acordo com Pietro Labriola, presidente-executivo da TIM:
“Temos muita confiança que vai ser aprovada [a compra dos ativos móveis da Oi] até o final do ano.”
Ele ainda acrescentou:
“Todo mundo ficou apavorado porque a operação foi definida como complexa, mas nunca falamos que era simples… A definição de complexa é definição de procedimento… Não é nada diferente do que estávamos aguardando.”
Por outro lado, ele afirmou que não espera que eventuais remédios a serem decididos pelo Cade possam ter alteração que impacte nos negócios da empresa.
Maior parte dos ativos
Em razão da TIM ser a terceira maior operadora de telefonia móvel do Brasil, ela receberá a maior parte dos ativos da Oi. Conforme Mario Girasole, vice-presidente de relações regulatórias e institucionais da TIM, a estrutura da transação foi desenhada para que a atribuição das bases de ativos da Oi aos compradores seja definida segundo a menor das adquirentes em cada região.
“Hoje, em cada região do país, há dois grupos fortes e um muito menor e a Oi, que está saindo do mercado… As escolhas [dos consumidores] passarão efetivamente de duas para três [operadoras].”
Leilão de frequências 5G
Além disso, a TIM também está de olho no leilão de frequências 5G. Esta pode ocorrer entre setembro e outubro deste ano. Sendo assim, a empresa se prepara para uma emissão adicional de quase R$ 1 bilhão em dívida que pode acontecer até meados de 2022, disse o vice-presidente financeiro, Adrian Calaza.
“Nosso fluxo de caixa está melhor do que prevíamos… Provavelmente vamos ter alguma operação adicional (de dívida) na casa de 1 bilhão, mas não temos urgência.”
Carteira digital
Contudo, a TIM que já possui parceria com o banco C6, está próxima de definir um parceiro para lançar uma carteira digital ainda neste trimestre. A escolha será entre dois finalistas e o vencedor deve ser anunciado em setembro.
Labriola reforça que a estratégia para a carteira digital terá “investimento e custo marginal”. Isso porque a empresa não quer abandonar a disciplina financeira e se desviar de seus negócios principais de serviços de telecomunicações.
Tecnologia FTTH
Em relação à sua rede de banda larga, a TIM está migrando para a tecnologia de FTTH. E Labriola afirma que espera para setembro ou outubro a conclusão da venda de 51% de sua empresa de infraestrutura de fibra ótica para a IHS.
Serviços de fibra ótica
Por fim, a operadora deve lançar até o fim de outubro serviços de fibra ótica em velocidades de 1 e 2 megabits por segundo. Porém, não deu detalhes.
No segundo trimestre, a TIM reportou líquido de R$ 672 milhões. Um salto de 151,3% ante mesmo período de 2020.
*Foto: Divulgação