Navio MV Stella Banner é capaz de transportar no máximo 4 milhões de litros de combustível e óleo, além de quase 300 mil toneladas de minério de ferro
Na manhã de ontem (28), uma mancha de óleo foi detectada a pouco mais de 1,6 quilômetro de diâmetro, perto de um navio-cargueiro, que encalhou e tombou a quase 100 km da costa brasileira, mais precisamente no canal da Baía de São Marcos, no Maranhão, com aproximadamente 275 mil toneladas de minério de ferro, que pertence à companhia Vale.
De acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a mancha de óleo foi vista por uma aeronave equipada com sensores especiais que sobrevoou a área ontem. Na quinta-feira (27), ao sobrevoar a região pela primeira vez, técnicos do órgão não haviam identificado a presença de poluentes nos arredores do navio. Outras duas inspeções ocorreram ontem.
Mancha de óleo próxima ao navio MV Stella Banner
MV Stella Banner é capaz de transportar no máximo 4 milhões de litros de combustível e óleo, além de quase 300 mil toneladas de minério de ferro. Em dados oficiais, o volume armazenado no tanque da embarcação não foi divulgado. O que se sabe é que o navio saiu do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, rumo à China.
O Stella Banner pertence à companhia da sul-coreana de navegação Polaris Shipping. Porém, ele navega com a bandeira das Ilhas Marshall, conhecido como paraíso fiscal, situado na Micronésia, onde o navio está registrado.
Este já o segundo navio da Polaris que apresenta problemas depois de deixar o Brasil carregando minério. O primeiro caso foi em 2017, quando Stellar Daisy naufragou após a tripulação comunicar que havia entrado água na embarcação, que estava próxima do Uruguai. Dois tripulantes foram resgatados após dias do pedido de socorro. No entanto, 22 tripulantes nunca foram encontrados.
Canal da Baía de São Marcos
O Ibama afirma que foi o próprio comandante do Stella Banner quem encalhou o navio em um banco de areia, de propósito, em uma área de menor profundidade do canal da Baía de São Marcos.
Com isso, foi evitado que o navio naufragasse ou ficasse à deriva após o comandante verificar que a água do mar estava entrando na embarcação por uma fissura da proa. O incidente aconteceu na última segunda-feira (24). Na ocasião, os 20 tripulantes foram retirados do local em segurança.
Um pedido da Vale fez a Petrobras levar até esta região navios adequados para recolher o óleo. Também foram providenciadas boias especiais que serão espalhadas de forma preventiva, perto do navio, na intenção de evitar que o combustível se disperse. Especialistas contratados pela empresa informaram ao Ibama que os tanques do navio estão intactos e os motores de geração de energia funcionando de modo normal.
Sobre isso, a Vale afirma:
“Como operadora portuária, a Vale reforça que seguirá atuando no caso com total suporte técnico-operacional e colaboração ativa com as autoridades marítimas.”
Já a Marinha informou em nota, que realizou ontem uma reunião com representantes da Vale, do Ibama, da Ardent Global, da Gerência Ambiental do Porto do Itaqui e Agentes Marítimos para “manter tratativa sobre as ações desenvolvidas e definir um plano para realização de mergulho na localidade, visando mensurar a extensão dos danos ocorridos na altura dos tanques de lastro, localizados na proa do navio.”
Ela também afirmou que uma equipe especializada verificou que os outros tanques estão intactos:
“A Casa de Máquinas está seca e os motores de geração de energia estão em funcionamento.”
A Marinha ainda disse que está operando em coordenação com rebocadores quês estão na área e que está coletando dados para um inquérito administrativo.
Segundo a Agência Brasil, o navio está encalhado em torno de 120 quilômetros da costa maranhense, perto do Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís, considerada unidade de conservação brasileira de proteção integral a aproximadamente 83 quilômetros da costa maranhense.
Fonte: Agência Brasil
*Foto: Divulgação