Ciência em política pública, segundo presidente do CNPq, Ricardo Galvão, é um ato visionário no novo governo federal
Na última sexta-feira (17), o presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Ricardo Galvão, deu uma entrevista em torno do que o novo governo federal pensa sobre a ciência. No caso, ele revela que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pretende transformar a ciência em política pública.
Ciência em política pública
Além disso, Galvão elogiou também o reajuste no valor das bolsas de pós-graduação, anunciado por Lula (PT), como o compromisso de usar a ciência como aliada do desenvolvimento do país.
“Mais do que o aumento das bolsas, gostei muito do discurso do Lula ao dizer que vai trazer a ciência para a formulação de políticas públicas estratégicas. Esta é uma grande mensagem muito diferente da que vimos anteriormente. Os grandes países do mundo estão fazendo isso.”
Gestão anterior
Por outro lado, Galvão criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL) por relegar as pesquisas científicas a um plano secundário. E isso atrapalhou o desenvolvimento e crescimento do país em termos de política pública nos últimos quatro anos.
Cenário internacional
Já no cenário internacional, é bastante claro que nenhum país terá desenvolvimento sustentável e socialmente justo sem políticas públicas fortemente embasadas no progresso científico e tecnológico, revela o presidente do CNPq.
Comando do Inpe
Vale destacar que quando Galvão comandou o Inpe (instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de 2016 a 2019, foi demitido por Bolsonaro, que acusou o órgão de mentir sobre a alta no desmatamento da Amazônia. À época, o cientista citou uma fala de Ricardo Salles, então ministro do Meio Ambiente na gestão de Bolsonaro, para ilustrar como o governo anterior estava mais preocupado em defender os interesses de quem destruía a floresta.
Salles disse que Bolsonaro foi eleito com 100% de apoio dos desmatadores e mineradores da Amazônia. Havia uma intenção do governo de protegê-los. Salles deixou isso claro e deveria ter sido preso pela atitude que fez, reforça Galvão.
Lula ‘paz e amor’
Em contrapartida, o presidente Lula (PT) indica que sua versão ‘paz e amor’ em relação ao mercado nos seus dois primeiros mandatos desapareceu, na visão de Carlos Madeiro, colunista do UOL. Para ele, o discurso duro do petista, que vive uma queda de braço com o Banco Central, só é amenizado quando algum membro de sua equipe econômica entra na discussão.
Esse Lulinha paz e amor em relação com o mercado sumiu dos discursos e só existe na política econômica quando o [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda] ou outro interlocutor fala que não há a intenção de mudar o Banco Central. Portanto, para o colunista, fica um sentimento de que o Lula quer fazer uma sinalização a um público diferente. E ele não pode fazer isso de uma forma diferente da de 2010.
*Foto: Reprodução/Pixabay (felixioncool)