Estoque de crédito no Brasil registra aumento mesmo com juros em alta, e chegou a R$ 5,067 trilhões, correspondente a 54,3% do PIB
O estoque total de crédito no Brasil subiu 1,6% em agosto sobre julho, a R$ 5,067 trilhões, o equivalente a 54,3% do PIB (Produto Interno Bruto), com manutenção do crescimento mesmo diante do forte aperto monetário implementado pela autoridade. É o que divulgou o Banco Central (BC) na quarta-feira (28).
Estoque de crédito no Brasil
Além disso, o estoque de crédito no Brasil, em relação ao saldo total, também havia registrado alta em julho contra junho, uma elevação de 0,6%, dado apresentado pelo BC hoje após atrasos provocados pela greve de servidores.
Contudo, na intenção de controlar a inflação no país, o Banco Central colocou em prática um agressivo ciclo de alta da taxa básica de juros, que só foi interrompido neste mês, com a Selic a 13,75% ao ano, para movimentar a economia.
Sobre a taxa Selic a 13,75%, com esse índice a poupança supera fundos com taxa de administração elevada comentou Luciano Mestrich, especialista em finanças,
Tomador de empréstimo
Por outro lado, no recorte por tipo de tomador dos empréstimos, o saldo de crédito a pessoas físicas subiu 2,1% em agosto e 20,7% em 12 meses. Para as pessoas jurídicas, o crescimento foi de 0,9% em junho e 11,5% em 12 meses.
Ainda no mesmo período, houve uma alta para 40,6% ao ano nos juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, uma elevação de 0,2 ponto percentual no mês –o crescimento foi de 10,9 pontos em 12 meses.
Recursos direcionados ao estoque de crédito no Brasil
Já nos recursos direcionados, que atendem a parâmetros determinados pelo governo, houve recuo de 1,7 ponto no mês, a 10,2%, com elevação de 2,2 pontos em 12 meses.
Spread bancário
O spread bancário, diferença entre o custo de captação das instituições e o valor cobrado nos empréstimos ao público, subiu a 28,3 pontos percentuais no crédito livre, sobre 27,5 pontos no mês anterior e 21,5 pontos em agosto de 2021.
Inadimplência
Ainda em agosto, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou em 3,9%, ante 3,8% em julho.
Por fim, na ata da reunião do Comitê de Política Monetária da semana passada, o BC avaliou que não houve mudança substancial nos canais de transmissão de política monetária e que o repasse da alta da Selic para taxas finais de crédito tem ocorrido conforme o esperado, ainda que as concessões para empresas sigam mais robustas que o previsto.
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