Venda do grupo BIG para o Carrefour significa que conselheiros concordaram em definir a negociação de algumas unidades para que a operação fosse aprovada
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou na última quarta-feira (25), a venda do grupo BIG para o Carrefour após realizar um acordo com a empresa para a venda de algumas unidades. O objetivo é evitar que tenha prejuízo à concorrência em algumas regiões. A aprovação da operação de R$ 7,5 bilhões foi unânime.
Venda do grupo BIG para o Carrefour
Sendo assim, os conselheiros seguiram o entendimento da Superintendência-Geral (SG) do órgão que já havia finalizado um acordo com as empresas para a venda de algumas das 386 lojas adquiridas e futura aprovação da operação.
Além disso, com a aprovação, o grupo Carrefour, que possui o Atacadão, teria controle do clube de compras Sam’s Club, e ainda os hipermercados BIG e os supermercados Bompreço e Mercadorama.
Ofícios para dezenas de outras lojas
Em contrapartida, apesar de seguir o entendimento da SG, o relator do caso, conselheiro Luiz Augusto Hoffmann, expediu ofícios para dezenas de outras lojas, possíveis concorrentes. A ideia é ampliar a investigação sobre o possível prejuízo para a concorrência no comércio varejista. Isso inclui:
- supermercados, atacarejos e clubes de compras;
- atacado de distribuição de produtos alimentícios
- e de revenda de combustíveis.
Mas, após esse processo, Hoffmann decidiu seguir o entendimento da SG e foi acompanhado pelo restante dos conselheiros. O relator decidiu ainda elevar o número de unidades que deveriam ser vendidas em comparação com o acordo da SG por ver possíveis problemas em mais regiões, como unidades de Carrefour e BIG muito próximas uma da outra.
Número confidencial sobre a venda do grupo BIG para o Carrefour
Contudo, o número de unidades a ser negociado está em modo confidencial, assim como as localizações. Entretanto, no parecer da Superintendência-Geral há alguns exemplos de regiões que poderiam ser afetadas pela operação.
Uma das regiões em que o Cade identificou possíveis problemas foi em Gravataí, no Rio Grande do Sul, onde o BIG e o Carrefour têm “participação considerável” no mercado. Outras das cidades analisadas foram Juazeiro do Norte, no Ceará, e Recife, em Pernambuco. Os detalhes do acordo são confidenciais.
Segundo Hoffmann, a empresa tem possibilidade reduzida de exercer poder de compra em relação aos fornecedores. E há competitividade no varejo de autosserviço por diversos outros atores do setor.
Propostas
Por fim, durante o voto, o relator afirmou que algumas unidades que devem ser vencidas já receberam propostas de compra e, por isso, há condições para este processo ser feito “sem demora”.
“A alienação dos supracitados estabelecimentos a terceiros possibilita o aumento da pressão competitiva enfrentada pelas requerentes no cenário pós-operação mitigando a redução da concorrência causada pela saída do grupo BIG e reduzindo a probabilidade de exercício de poder de mercado.”
*Foto: Reprodução