Fragata da Marinha do Brasil marca nova fase de produção, que avança com montagens de blocos; embarcação será entregue em 2025
Primeira fragata da Marinha do Brasil teve seu batimento de quilha na última semana. Empreendimento deve gerar milhares de novas vagas na construção naval brasileira.
Fragata da Marinha do Brasil
O batimento de quilha da primeira das quatro fragatas da Marinha do Brasil, que serão fabricadas em Itajaí (SC), marcou uma nova fase na construção de navios da classe Tamandaré. A cerimônia ocorreu na última sexta-feira (24), no Thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul. O projeto já gerou 600 empregos e possui atualmente outros 40 disponíveis. Ao todo, serão mais de 2 mil oportunidades geradas até o final dos trabalhos. Bastante presente na construção naval, o batimento acontece quando a quilha, a “espinha dorsal” da Fragata da Marinha do Brasil é concluída, tornando possível a estruturação das demais partes.
Importância da embarcação para a construção Naval
Além disso, a evolução da engenharia e dos atuais processos de produção utilizados no Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) torna possível que as embarcações sejam edificadas em blocos.
Desse modo, no caso da Fragata Tamandaré, que gerou diversos empregos, o batimento de quilha foi caracterizado pelo posicionamento, no seu local de edificação, de um bloco estrutural que pesa em torno de 52 toneladas, correspondente a uma das praças de máquinas do navio, onde serão instalados dois motores, equipamentos auxiliares e engrenagem redutora.
Construção inédita
Contudo, vale destacar que este tipo de construção em blocos, que são construídos separadamente e unidos no final, é inédita na construção naval da Marinha do Brasil. A produção da primeira fragata do projeto começou em setembro do ano passado.
Lançamento do navio
Já o lançamento do navio, que criou diversos empregos, está previsto para 2024, com a entrega à Marinha do Brasil para dezembro do ano seguinte. Logo em seguida serão entregues mais três embarcações, em 2027, 2028 e 2029. O corte da chapa do casco da segunda fragata, que marca o começo da construção, deve ser feito ainda em 2023.
Vantagens do novo modelo da Marinha do Brasil
De acordo com o Almirante de Esquadra Arthur Fernando Bettega, Diretor-Geral do Material da Marinha, a importância deste avanço de construção naval no PFCT é estratégico para a Marinha e para a soberania do país.
Bettega disse ainda que foi possível presenciar o encontro da tradição com a premente modernidade tecnológica, o que resulta em otimização da produção e aumento da segurança dos colaboradores e das informações.
Tecnologia
Por outro lado, Oliver Burkhard, CEO da Thyssenkrupp Marine Systems, acrescentou que a empresa fornecerá à Marinha do Brasil fragatas de última geração, que reúnem o que há de mais avançado em tecnologia naval, capacidade robusta de combate e inovação.
Este moderno modelo construtivo, que prevê a produção em blocos para serem edificados posteriormente, disponibiliza várias vantagens sobre o modelo antigo. Desta maneira, é possível instalar acessórios e fundações de forma antecipada, além de facilitar a colocação de equipamentos a bordo e possibilitar trabalhos em vários estágios de forma segregada em cada unidade. O processo também expande a segurança dos colaboradores, por manter espaços abertos por mais tempo durante a construção.
Geração de empregos no setor de construção naval
Segundo Fernando Queiroz, diretor-executivo do consórcio Águas Azuis, durante o evento destacou que mais de 600 colaboradores estão atuando no estaleiro, sem contar os prestadores de serviço e a cadeia de fornecedores e especialistas envolvidos na produção. Ao longo do projeto, o programa das fragatas prevê gerar quase 2 mil empregos diretos e 6 mil indiretos.
Por fim, Fernando revela que os esforços de todos deram frutos por meio de uma indústria de construção naval forte, competente, criativa e competitiva. O Thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul já está entre as empresas que mais geram oportunidades na região de Itajaí e, assim, contribui para que Santa Catarina fique entre os estados com as menores taxas de desempregos do Brasil.
*Foto: Reprodução/Unsplash (Hanson Lu)